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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

 

Uma inundação para destruir o homem

Prometeu desempenha um papel adjuvante noutra história grega que poderá ser menos conhecida que a de Pandora, mas que revela importantes paralelos bíblicos.


Em "Os Trabalhos e os Dias", Hesíodo descreveu a criação da humanidade, em cinco etapas separadas. Em primeiro lugar surgiu uma raça de ouro dos mortais, durante a época de Crono, que desapareceu sem explicação. A seguir, Zeus criou uma raça feita do precioso metal chamado prata, mas esta recusou-se a fazer sacrifícios aos deuses e foi dizimada. Uma terceira geração foi então moldada a partir do bronze, mas revelou-se tão marcial que se aniquilou a si mesma. A quarta foi a geração heróica, povoada por uma raça de semideuses criados por Zeus. Quando estes morreram, muitos destes heróis foram colocados no céu sob a forma de constelações, tornaram-se companheiros dos deuses ou foram viver para as míticas ilhas dos Bem-Aventurados, governadas por Crono.

É mais tarde, na geração do ferro, que Zeus cria finalmente a presente geração humana. Contudo, segundo as "Metamorfoses" do poeta romano Ovídio, quando Zeus (Júpiter para Ovídio) caminhou por entre estes humanos, ficou desgostoso, em especial com um rei que praticava o canibalismo e o sacrifício humano. Zeus decide então destruí-los.

Com a ajuda de Posídon, o senhor dos deuses criou uma enorme inundação e quase toda a humanidade foi morta. Duas boas almas, no entanto, foram poupadas. Deucalião, o filho de Prometeu, e a sua esposa, Pirra, filha de Pandora, haviam sido advertidos pelo presciente Prometeu do iminente dilúvio. Deucalião construiu uma embarcação, lançou uma ave - uma pomba no seu caso - e, depois de o nível da água descer, o barco aportou no cimo de uma montanha.

Todos estes pormenores assemelham-se tanto aos relatos de dilúvios mesopotâmicos quanto ao relato biblíco. À semelhança do Noé, Deucalião e Pirra, foram autorizados a sobreviver. Porém, estavam sozinhos e tristes num mundo vazio de gente. A voz de uma deusa oriunda de uma gruta vizinha disse-lhes que atirassem por cima dos ombros "os poderosos ossos de suas mães".
A princípio perplexo, Deucalião percebeu, por fim, que a ordem não se referia à sua própria mãe, mas à terra-mãe - cujos ossos são as pedras. Pegando em pedras, Deucalião e Pirra lançaram-nas por cima dos ombros e estas foram transformadas em pessoas. Deucalião e Pirra foram assim responsáveis pelo repovoamento da terra.

Entre os "filhos" que criaram contava-se Hélen, o herói que deu o nome a toda a raça dos Gregos, mais tarde conhecidos como os Helénicos

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