Mitos - lendas - fábulas - contos populares

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domingo, 21 de setembro de 2008

 

Mitos Romanos vs Mitos Gregos - 1ª Parte

O "Milagre Grego" em Atenas - realçado nas obras dos três tragediógrafos que baseavam a maior parte dos seus trabalhos nos mitos . em breve se desfez. Uma série de guerras com a rival Esparta teve início em 431 a.C. Uma grande peste assolou Atenas, matando Péricles entre muitos outros, em 429 a.C. Em 404 a.C., Atenas rendeu-se a Esparta, pondo assim fim à desastrosa Guerra do Peloponeso que havia dividido a Grécia. A oligarquia, o governo liderado por alguns aristocratas abastados, regressava a Atenas.
O destino da era áurea foi selada em 338 a.C., quando o rei Filipe da província nortenha da Macedónia uniu toda a Grécia sob o seu domínio. Era o ponto final de uma era. A cortina descia assim sobre a gloriosa era da cidade-Estado e todas as suas magníficas conquistas. Mas um novo acto estava prestes a iniciar-se no drama da glória grega quando Filipe foi assassinado e substituído pelo seu ambicioso filho Alexandre, aluno de Aristóteles, que, como Alexandre, o Grande, difundiu a cultura, língua e ideais gregos por todo Leste do Mediterrâneo.
Fundando a cidade homónima de Alexandria no Egipto, Alexandre tornou-a o centro da cultura grega, estatuto que manteve durante os três séculos seguintes. No seu Templo das Musas , foram reunidos os clássicos da literatura grega, e a ciência floresceu à medida que os eruditos aprofundavam estudos sistemáticos nas áreas da matemática, da astronomia e da medicina.
Em Alexandria, judeus falantes do grego traduziram os antigos escritos hebraicos para a primeira versão grega da Bíblia, conhecida como os Setenta, e Apolodoro reuniu a sua enciclopédia - o mais completo e claro registo dos mitos gregos desde a criação do mundo até à morte de Ulisses.
O gigantesco esforço de Alexandre para "helenizar" o seu império foi prosseguido mesmo após a sua morte na cidade da Babilónia, em 323 a.C.
Mas uma nova estrela se erguia sobre o Mediterrâneo. Uma pequena tribo de falantes do indo-europeu no rio Tibre, perto da futura cidade de Roma, começava a edificar um império incomparável que iria, ao longo dos trezentos anos seguintes, dominar e controlar todo o Mediterrâneo e territórios muito para além dele. Estes guerreiros penetraram na Grécia, pela primeira vez, em 229 a. C. e em 146 a.C., tinham já saqueado Corinto.
Em breve, toda a Grécia se tornaria uma província romana. Em vez de impingir os seus próprios mitos e deuses aos povos que conquistavam, os Romanos rapidamente absorviam as ideias e culturas dos povos conquistados, em especial dos Gregos, cujas gloriosas lendas e história adaptaram e tomaram como suas.
Na verdade, a mitologia romana parece um decalque da mitologia grega.

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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

 

Uma inundação para destruir o homem

Prometeu desempenha um papel adjuvante noutra história grega que poderá ser menos conhecida que a de Pandora, mas que revela importantes paralelos bíblicos.


Em "Os Trabalhos e os Dias", Hesíodo descreveu a criação da humanidade, em cinco etapas separadas. Em primeiro lugar surgiu uma raça de ouro dos mortais, durante a época de Crono, que desapareceu sem explicação. A seguir, Zeus criou uma raça feita do precioso metal chamado prata, mas esta recusou-se a fazer sacrifícios aos deuses e foi dizimada. Uma terceira geração foi então moldada a partir do bronze, mas revelou-se tão marcial que se aniquilou a si mesma. A quarta foi a geração heróica, povoada por uma raça de semideuses criados por Zeus. Quando estes morreram, muitos destes heróis foram colocados no céu sob a forma de constelações, tornaram-se companheiros dos deuses ou foram viver para as míticas ilhas dos Bem-Aventurados, governadas por Crono.

É mais tarde, na geração do ferro, que Zeus cria finalmente a presente geração humana. Contudo, segundo as "Metamorfoses" do poeta romano Ovídio, quando Zeus (Júpiter para Ovídio) caminhou por entre estes humanos, ficou desgostoso, em especial com um rei que praticava o canibalismo e o sacrifício humano. Zeus decide então destruí-los.

Com a ajuda de Posídon, o senhor dos deuses criou uma enorme inundação e quase toda a humanidade foi morta. Duas boas almas, no entanto, foram poupadas. Deucalião, o filho de Prometeu, e a sua esposa, Pirra, filha de Pandora, haviam sido advertidos pelo presciente Prometeu do iminente dilúvio. Deucalião construiu uma embarcação, lançou uma ave - uma pomba no seu caso - e, depois de o nível da água descer, o barco aportou no cimo de uma montanha.

Todos estes pormenores assemelham-se tanto aos relatos de dilúvios mesopotâmicos quanto ao relato biblíco. À semelhança do Noé, Deucalião e Pirra, foram autorizados a sobreviver. Porém, estavam sozinhos e tristes num mundo vazio de gente. A voz de uma deusa oriunda de uma gruta vizinha disse-lhes que atirassem por cima dos ombros "os poderosos ossos de suas mães".
A princípio perplexo, Deucalião percebeu, por fim, que a ordem não se referia à sua própria mãe, mas à terra-mãe - cujos ossos são as pedras. Pegando em pedras, Deucalião e Pirra lançaram-nas por cima dos ombros e estas foram transformadas em pessoas. Deucalião e Pirra foram assim responsáveis pelo repovoamento da terra.

Entre os "filhos" que criaram contava-se Hélen, o herói que deu o nome a toda a raça dos Gregos, mais tarde conhecidos como os Helénicos

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segunda-feira, 28 de julho de 2008

 

O que estava dentro da "caixa" de Pandora?

Primeiro que tudo não era uma "caixa", mas um vaso com tampa. Mas isso é outra história.

O equivalente grego à Eva bíblica, Pandora foi a primeira mulher e, segundo reza o mito, foi criada por Zeus como um castigo para os homens. Tal como Zeus fora ludibriado por Prometeu com pele e ossos que haviam sido ocultados sob uma apetitosa camada de gordura - uma oferenda que tinha bom aspecto por fora -, Zeus retribuiu o favor enviando Pandora, um "pacote" que parecia atraentemente embrulhado, mas que apenas ocultava uma mancheia de sarilhos. Zeus enviou também um vaso com o seu quê de misterioso.

Quando Hermes foi entregar Pandora ao irmão de Prometeu, Epimeteu, este ficou de queixo caído por ela, muito embora fosse uma "maldição para os homens que têm de viver do pão", nas palavras misóginas de Hesíodo.
Apesar dos conselhos de Prometeu para que não aceitasse nada de Zeus, Epimeteu recebeu Pandora de braços abertos. Hesíodo nunca refere que Pandora tivesse sido avisada para que nunca abrisse o vaso. Porém, acometida por uma insaciável curiosidade, Pandora abriu o vaso. De lá de dentro saíram todos os males que atormentam a humanidade - trabalho árduo, sofrimento e terríveis doenças que acarretam a morte. Todos se escaparam do vaso para afligir a humanidade.

O remate curioso na história de Hesíodo é que só a esperança é que não se escapou do vaso. Pandora voltou a colocar-lhe a tampa antes que a esperança pudesse sair. Mas há aqui alguma ambiguidade. Significa isso que o homem tem esperança porque esta não se escapou do vaso e desapareceu? Ou que está presa dentro do vaso? Hesíodo não explica. O que fica claro é que tem uma fraca opinião das mulheres, muito à semelhança da história biblíca do Génesis que culpa Eva por todo o sofrimento do mundo.

Sobre Pandora, Hesíodo diz na "Teogonia": "Dela descende a ruinosa raça e tribo das mulheres."

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quinta-feira, 5 de junho de 2008

 

O Impacto dos Mitos

Os mitos têm sido, e ainda são, uma poderosa força nas nossas vidas, embora frequentemente não o reconheçamos sequer. Os mitos estão por todo o lado à nossa volta - na literatura, na cultura popular, na nossa língua e até nas notícias. Será com certeza uma raridade pegar num jornal ou numa revista sem encontrar palavras ou expressãoes que contenham referências a antigos mitos.

Para se ter uma ideia do impacto dos mitos, basta consultar o calendário. Será hoje uma terça-feira de Março? Um Sábado de Junho? Os nomes destes dias da semana e meses derivam da mitologia grega, romana e escandinava. Do calendário aos planetas do nosso sistema solar, todos, à excepção da Terra, receberam nomes de deuses romanos. A nossa língua está recheada de palavras do nosso passado mítico. Costuma comprar livros à Amazon? Tem calçados um par de ténis Nike? Preocupa-se que um dos vírus, conhecido como cavalo de tróia, infecte o seu pc? A ideia de uma "panaceia" agrada-lhe? Ou uma "Aracnofobia" o deixe em pânico? "Hipnose", "morfina", "velo de Ouro", "Trabalhos de Hércules", "Tufão" e "Furacão" são apenas algumas palavras e expressões originárias do mundo da mitologia que dão cor à nossa língua.

Tem um cartão da American Express consigo? Então, não sai de casa sem Hermes (ou Mercúrio), o deus greco-romano do comércio, cuja imagem está representada no cartão.


Que confusão dos infernos? Até a palavra inglesa para inferno (hell) provém do nome da deusa nórdica Hel, rainha de um submundo gelado para onde os perjuros, os malfeitores e os que não tinham a felicidade de morrer em combate, eram enviados. Ao contrário do Ìgneo local de tormento eterno da tradição cristã, no inferno escandinavo era mais complicado "quebrar o gelo".

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segunda-feira, 5 de maio de 2008

 

Contos Populares

Relacionados com as fábulas encontramos os contos populares, outro tipo de histórias habitualmente transmitidas por via oral e que abordam pessoas comuns, cujo objectivo é divertir e não tanto instruir.

Ao contrário das lendas, não se espera que os factos relatados nos contos populares tenham, na verdade, acontecido e usualmente não envolvem heróis nacionais. Embora o termo "conto popular" seja muitas vezes usado com o significado de "conto de fadas" e vice-versa, são duas formas literárias diferentes.
De um modo geral, os contos populares falam dos costumes, superstições e crenças de pessoas comuns, ao passo que os contos de fadas costumam estar recheados de duendes, fadas e outras criaturas sobrenaturais com poderes mágicos. Em ambos os casos, a personagem central tende a ser uma pessoa de baixo estatuto, muitas vezes apanhada num caso de identidade trocada ou que foi vitimizada ou perseguida, tal como a Gata Borralheira pelas irmãs. Com o passar do tempo, e muitas vezes com a ajuda da magia, a personagem ultrapassa a adversidade e é recompensada pela sua bondade, sendo restituída ao seu lugar na sociedade.
Por outras palavras, para as pessoas comuns, os contos populares e de fadas são o equivalente a histórias sobre pessoas que ganharam a lotaria, que sempre mantiveram a esperança de que um golpe de sorte ou uma intervenção miraculosa mudasse o seu destino e sorte para sempre.
As histórias de "As mil e Uma Noites", incluíndo "Ali-Baba e os Quarenta Ladrões", "A Lãmpada de Aladino" e "Sindbad, o Marinheiro", são exemplos dos mais conhecidos contos populares e de fadas.
Outra colecção dos mais famosos contos de fadas e populares são os "Contos de Grimm", as familiares histórias alemãs coligidas pelos irmãos Jakob e Wihelm Grimm, entre 1807 e 1814. Entre elas incluem-se "Hansel e Gretel", "Capuchinho Vermelho", "Branca de Neve e os Sete Anões", "Rumpelstiltskin", "A Bela Adormecida", " Gata Borralheira" e "Rapunzel", muitas das quais com origens muito antigas e míticas.

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segunda-feira, 28 de abril de 2008

 

Fábulas

As fábulas são histórias simples e ficcionais, habitualmente curtas, que ensinam uma moral, fazem uma advertência ou, em alguns casos, satirizam o comportamento humano.
Em muitas fábulas, a moral é geralmente ditada no final, sob a forma de um provérbio. O mais frequente é apresentarem animais que falam e agem como seres humanos, tais como nos exemplos mais famosos - as atribuídas a Esopo, um escravo grego que terá supostamente vivido por volta de 600 a.C., mas sobre quem pouco mais se sabe.

Histórias como "A Tartaruga e a Lebre", na qual devagar se chega ao longe, ou "A Cigarra e a Formiga", na qual uma divertida mas preguiçosa cigarra brinca enquanto a formiga sensatamente armazena comida para o Inverno, eram simples moralidades.

Durante gerações, "As fábulas de Esopo", que poderão provir de fontes mais antigas, foram transmitidas oralmente, até cerca de 300 a.C., altura em que foram reunidas numa colecção. Compiladas por um político ateniense chamado Demétrio de Falero, esta colecção foi mais tarde traduzida para latim por Fedro, um escravo grego libertado. Cerca de quinhentos anos depois, em 230 a.C., outro escritor grego combinou as fábulas de Esopo com histórias semelhantes oriundas da Índia e traduziu-as todas para grego em verso.
Entre as fábulas mais antigas do mundo hoje conhecidas encontram-se estas histórias indianas, chamadas "Panchatantra", uma colecção anónima escrita em sânscrito. Derivadas de fontes budistas, foram provavelmente escritas como instruções para as crianças da realeza.

As fábulas de Esopo, por vezes misturadas com mitos gregos, permanecem uma parte essencial da cultura ocidental e são tão conhecidas das crianças de hoje como o seriam das crianças atenienses há dois mil anos. Histórias como "Androcles e o Leão", na qual um escravo salva a própria vida retirando um espinho da pata de um leão, ou "O Corvo e o Cântaro", em que um corvo sedento enche um cântaro de pedras para elevar o nível da água e assim poder beber (moral: a necessidade aguça o engenho), são ainda contadas às crianças. E atravessam a nossa língua e literatura.

Em "A Raposa e as Uvas", por exemplo, uma raposa vê um cacho de uvas crescer e amadurecer longe do seu alcance e, desagradada com isso, decide que o mais provável é que as uvas estejam verdes. A moral desta fábula - que reflecte o facto de, muitas vezes, as pessoas exprimirem o seu desagrado por coisas que não podem ter - é a origem da expressão "quem desdenha quer comprar".

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sexta-feira, 18 de abril de 2008

 

Mitos e Lendas

Embora as palavras "mito" e "lenda" sejam muitas vezes usadas indistintamente, existem entre as duas algumas diferenças bem perceptíveis.
Quando a maioria das pessoas pensa em mitos, tem em mente algum panteão (outra palavra grega, formada por "pan", que quer dizer "todos", e "theos", que significa "deuses") de deuses gregos e romanos. Segundo os mitos, estas divindades eram seres sobrenaturais que controlavam os acontecimentos do mundo natural.

As lendas são, na verdade, uma forma ancestral de história (no sentido de estudo do passado) - relatos sobre figuras históricas, habitualmente humanas e não divinas, que são passadas de geração em geração desde tempos ancestrais.

Um conhecido exemplo da diferença entre mito e lenda chega-nos da Grã-Bretanha de outros tempos. O rei artur é uma figura histórica sobre a qual foram criadas e recontadas histórias lendárias ao longo de mais de mil anos. Personagem da pré-história britânica, a figura de Artur baseou-se muito provavelmente numa pessoa real, talvez um chefe tribal galês, em redor da qual se coligiu um complexo ciclo de histórias heróicas.

Muitas das histórias sobre um rei chamado Artur começaram pela primeira vez a serem coligidas em "History of the Kings of Britain", escritas por Geoffray de Monmouth entre 1136 e 1138, cerca de quinhentos a mil anos após a época em que o modelo de carne e osso do rei Artur terá vivido.

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quarta-feira, 9 de abril de 2008

 

Mitos

A palavra "mito" deriva do termo grego "mythos", que significa "histórias", e quando o filósofo grego Platão cunhou a palavra mitologia, há mais de dois mil anoa, referia-se a histórias que continham figuras inventadas. Por outras palavras, Platão encarava o mito como uma intrincada ficção, ainda que exprimisse uma "verdade" abrangente.
Platão criticava os mitos como sendo influência corruptora, e no seu estado ideal, exposto em "A República", bania os poetas e as suas histórias.
Segundo o próprio Platão havia que escolher as histórias boas e rejeitar as más:

"Portanto, parece-me que temos de começar por vigiar os fabricantes de fábulas, escolher as suas composições boas e rejeitar as más. Em seguida, convenceremos as amas e as mães a contarem aos filhos as que tivermos escolhido". E depois afirma ainda o seguinte acerca das histórias sobre os deuses:" eis o que não admitiremos na cidade, quer essas ficções sejam alegóricas ou não. Com efeito, a criança não pode distinguir o que é alegoria do que não é. É sem dúvida, por causa disso que se deve fazer todo o possível para que as primeiras fábulas que ela ouve sejam as mais belas e as mais adequadas a ensinar-lhe a virtude".


Estará o filósofo Platão enganado e a mitologia será algo mais que um conjunto de histórias complexas?

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sexta-feira, 28 de março de 2008

 

Todos os mitos são históricos?

Quer se procure Jesus ou o rei Artur históricos, a Atlântida ou Tróia, há séculos que a possibilidade de todas estas histórias e personagens míticas basearem-se em acontecimentos históricos identificáveis exerce um enorme fascínio nas pessoas.

Este conceito, denominado "alegoria histórica", não é recente, remontando a uma explicação muito antiga para a origem dos mitos - a noção de que todos começaram com pessoas e acontecimentos reais. Com a passagem do tempo e o recontar das histórias, os acontecimentos e as pessoas envolvidas começaram a ficar distorcidas e envoltos em lendas.

Uma das primeiras pessoas a sugerir que todos os mitos se baseavam em pessoas e acontecimentos reais foi um erudito grego chamado Evémero (que viveu em finais de 300 e princípios de 200 a.C.). À semelhança de "As viagens de Guliver" gregas, a sua "História Sagrada" descrevia a viagem que Evémero afirmou ter empreendido a três ilhas fantásticas no Oceano Índico. Numa dessas ilhas chamada Pancaia, Evémero afirmou ter encontrado inscrições antigas escritas pelo próprio Zeus. Evémero insistia que descobrira estas inscrições numa coluna dentro de um templo dourado da ilha.

As inscrições provavam, segundo Evémero, que Zeus e os outros deuses da Grécia se baseavam todos num antigo rei da ilha de Creta. Para Evémero, os deuses do Olimpo e outras personagens dos mitos helénicos eram todos heróis e conquistadores reais que haviam sido deificados, e afirmava ser capaz de documentar toda a história primitiva do mundo a partir destas inscrições.

Embora a história que Evémero contava fosse obviamente uma obra de ficção, a sua ideia de que todos os deuses eram representações de pessoas com uma existência real foi, durante séculos, bastante influente, propagando-se até à era cristã.
A crença de que todos os mitos gregos se baseavam em acontecimentos verdadeiros foi usada pelos primeiros cristãos para rejeitar o que apelidavam de mitologia pagã como uma mera invenção humana.

Por outras palavras, os cristãos argumentavam que os deuses gregos - mais tarde adoptados pelos Romanos - não eram nem um pouco divinos, e toda a gente deveria reconhecer o único deus verdadeiro cristão.

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segunda-feira, 10 de março de 2008

 

O Impulso de criar Mitos

Em todo o lado as pessoas adoram - ou talvez precisem - de criar uma boa história. E se os pormenores se alterarem um pouco ao serem relatados, qual é o problema? Quem é que nunca embelezou ligeiramente a sua biografia ou distorceu um pouco a verdade com uma pitada de dramatismo para tornar mais interessante um encontro no supermercado ou uma discussão com o chefe?
Muitas vezes, estas histórias alteram-se de cada vez que são contadas. Sempre assim foi e, num sentido mais lato, os mitos de cada cultura incluem todos estes tipos de "histórias" - lendas, fábulas, contos populares e contos de fadas - para compor uma visão alargada do mundo.
Porém, a questão essencial mantém-se: de onde vêm estas histórias? Inspirar-se-ão todas - como é provavelmente o caso do rei Artur e de São Jorge - em alguma pessoa ou acontecimentos reais? Ou serão todas estas histórias míticas apenas o produto da imaginação humana?
Já em 525 a. C., um grego chamado Teógenes, que viveu no sul da Itália, identificou os mitos como analogias ou alegorias científicas - uma tentativa de explicar acontecimentos naturais que as pessoas não conseguiam entender. Para Teógenes, por exemplo, as histórias míticas de deuses em combate entre si eram alegorias que representavam as forças da natureza que se opõem umas às outras, tal como o fogo e a água.
Essa é claramente a origem de muitos mitos explicativos ou "causais", começando com os relatos encontrados em todas as sociedades ou civilizações que explicam a criação do universo, do mundo e da humanidade. Estes mitos "científicos" tentavam explicar as estações do ano, o nascer e o pôr do Sol, o curso das estrelas.
Mitos como estes constituíram, de alguma forma, os percursores da ciência. As antigas explicações míticas para o funcionamento da natureza começaram a ser substituídas por uma tentativa racional de compreender o mundo, em especial durante a extraordinária era da ciência e filosofia grega que se iniciou por volta de 500 a.C.

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